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Alimento para a alma

A prefeitura de Pindamonhangaba fez uma parceria com um espaço da criança situado em uma Instituição Espírita de Assistência a famílias.
Trabalho, de 3ª a 5ª feira, por meio período, na Brinquedoteca dessa Instituição.
De 6ª feira a domingo, as crianças que freqüentam o local são assistidas por voluntários do espaço.
Gostaria de compartilhar uma experiência que muito me emocionou.
Recebemos, às 3as feiras, alunos de uma escola pública próxima a Instituição.
O comportamento do menino V. de cinco anos de idade, me chamou a atenção desde o primeiro dia de sua vinda a Brinquedoteca.
O menino ficava o tempo todo em um canto, isolado, recusava-se a brincar e participar dos jogos e brincadeiras.
Tentava envolvê-lo àquele mundo mágico cheio de brinquedos, fantasias, carrinhos, bonecos, fazendinha... Mas, meu esforço sempre foi em vão.
A professora falava: “Não se preocupe, Melina, ele é emburrado mesmo, reclama de tudo, nada está bom para ele.”
Na sua terceira vinda ao espaço, tentei uma maior aproximação ao V. mas ele insistia em dizer: “Quero ir embora.”
Peguei-o no colo. Senti o quanto ele é levinho e pequeno para sua idade. Pareceu-me tão frágil que, cuidadosamente, embalei-o em meus braços e iniciei,
enfim, um diálogo:
- Preparamos a Brinquedoteca com muito carinho para você e seus amigos se divertirem e brincarem a vontade. Tem tanta coisa legal pra fazer. Conta para mim, por que você não gosta de vir aqui?
- Porque você é muito malvada.
- Por que sou malvada? O que eu fiz?
- Porque você não me leva lá no refeitório para comer pão, bolo e suco.
- Mas V., aqui na Brinquedoteca vocês ficam por pouco tempo e logo em seguida voltam para a escola que é super pertinho daqui e tomam lanche lá!
- Mas quando eu venho aqui no sábado a moça leva todas as crianças no refeitório e eu estou com fome.
- Mas hoje é terça-feira, só funciona a Brinquedoteca aqui. E não tenho a chave do refeitório. Você não comeu antes de ir para a escola?
- Eu como café com farinha mas a farinha da minha casa acabou e só o café me dá dor de barriga.
Engoli a seco, recordei o café da manhã maravilhoso que como todos os dias, e propus ao miúdo menino:
- Vamos fazer o seguinte: Você vai me ajudar a mostrar as cartinhas do jogo para os amigos aí o tempo vai passar bem rapidinho e você vai para a escola tomar um lanche bem gostoso que a merendeira está preparando!
Para a minha surpresa, o menino abriu um sorriso! Dei um beijo em sua bochecha e fomos jogar com as outras crianças!
O contato olho no olho que V. me proporcionou naquele momento encheu de alegria meu coração!
E o menino sentiu-se super importante por ser “a pessoa” responsável por mostrar as cartas dos jogos aos amigos. Interagiu, riu e depois ainda experimentou várias fantasias!
Ao final do atendimento, o menino veio despedir-se de mim e disse: Você é boazinha!
Desde então, V. freqüenta a Brinquedoteca com bastante entusiasmo, alimentando-se do prazer do brincar.

Um comentário:

Maurício Cavalheiro disse...

Quantos professores têm alunos como V.? Muitos... E o que fazem? Nada!Insensíveis!!! Já disse isso e direi infinitas vezes: MELINA é um ANJO que DEUS colocou aqui na Terra... Quem dera todos os Educadores fossem assim... PARABÉNS, MELINA!!!
DEUS a abençoe.