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Brincar espontâneo

Maria Alice Proença, em seu artigo “Brincando com a arte”, cita: “A brincadeira e a arte são formas de experimentação de experiências, de múltiplos movimentos e de sensações, que alicerçam a maneira do sujeito estar no mundo”.
Compreendo que é nosso papel, enquanto educadores, estabelecermos relacionamentos e oportunidades ricas em desafios que sejam adequadas às condições físicas, afetivas, intelectuais e sociais das crianças.
É possível perceber que o brincar espontâneo proporciona divertimento e bem estar. Através dos tempos, de acordo com as idades, os interesses das crianças também se modificam pois, ao brincar, incorporam valores, regras, estabelecem relações interpessoais, deparam-se com desafios, resultando em um desenvolvimento integral.
A criança não precisa necessariamente de brinquedos, utilizando também materiais que servirão para representar uma realidade ausente, por exemplo, uma vareta de madeira pode se transformar em uma espada, um cavalo de pau, uma boneca, possibilitando o cultivo da imaginação através da abstração dos objetos reais, detendo-se no significado definido pela brincadeira.

A conquista do andar!

Há poucos meses, S., hoje com 1 ano e 3 meses, conquistou uma das mais importantes evoluções do ser humano: andar.
Seus olhos escuros como a jabuticaba, que antes só alcançavam o que sua mão tocava ou aquilo que estava à altura de um quadrúpede, agora podem enxergar além.
“A conquista do andar ereto é a aquisição motora mais fundamental, pois impregna toda a vida humana; o ângulo de percepção do mundo se modifica e a forma de apreendê-lo se amplia quando as mãos são liberadas da função locomotora. Para constatarmos isto basta que olhemos um objeto ou o ambiente deitados de lado, de bruços, em qualquer posição horizontal, e depois o vejamos em pé; ou ainda, se experimentarmos ir ao encontro do mundo em uma postura mais curvada, por exemplo, com a cabeça voltada para baixo, ou olhando com a cabeça virada para cima. Ampliamos nosso horizonte visual por meio da postura ereta, os movimentos do pescoço e do globo ocular possibilitam maior amplitude da visão. Torna-se necessário direcionar, focar a partir de si o que realmente se quer ver: Assim, desdeo momento em que conquistou a postura ereta, o ser humano buscará, por toda a vida, seu foco.” (Criança Brincando, quem a educa? - Luiza Lameirão).
Este triunfo permite ao menino explorar todos os espaços e andar, andar e andar.
Quando se desequilibra e cai no chão, S. distrai-se com algum “bichinho” ou “plantinha” e logo levanta-se novamente a procura do inexplorado.
Sente-se grande, já sabe andar! Quer andar sozinho, ficando irritado quando algum adulto quer auxiliá-lo nessa nova empreitada.
É interessante observar a determinação deste pequeno ser, ora andando depressa, ora devagar, ora desequilibrando-se mas jamais desistindo. Ao ouvir uma das professoras comentarem “Esse menino agora só quer saber de andar!” questionei-me sobre o que para ele seria esse andar e conclui que estes passos significariam sua nova forma de perceber e conhecer o mundo. Samuel é um menino privilegiado, aprendeu a andar na terra, na grama, no meio da natureza. Conhecerá o mundo a partir de sua exploração.